Bancários vindos de diversas partes do estado caminharam pelo Centro Histórico de Porto Alegre nesta quinta, 22 de agosto, em protesto à intransigência dos banqueiros, que se negam a apresentar proposta que contemple as reivindicações da categoria. A atividade integra o Dia Nacional de Luta Contra a Terceirização e o calendário da Campanha Nacional dos Bancários, que chega em seu auge com propostas indecentes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Só no primeiro semestre do ano, os bancos já lucraram 60 bilhões, segundo levantamento do Dieese. Enquanto os bancos seguem com lucros exorbitantes, fecham agências e postos de atendimento e praticam a terceirização. Na contramão, os trabalhadores bancários adoecem, sofrem com a imposição de metas abusivas e sentem no bolso a falta de reposição salarial.
Com jingles e batucadas ressoando a indignação dos bancários, a caminhada partiu da Praça da Matriz e seguiu até a Praça Montevidéu, em frente à Prefeitura. “Temos que fazer barulho para mostrar nosso descontentamento e nossa indignação”, convocou, do caminhão de som, o diretor de Diversidade e Combate ao Racismo do SindBancários, Sandro Rodrigues. Uníssono, o tom das faixas e protestos pedia o fim das terceirizações, do assédio moral e das metas abusivas, além de reivindicar aumento real e uma PLR maior.
“Não vamos aceitar proposta rebaixada. Proposta decente já!”, exclamavam os representantes dos trabalhadores, após proposta levada pela Fenaban na nona rodada de negociação, de reajuste abaixo da inflação, de 85% do INPC - prontamente rejeitada na mesa pelo Comando Nacional dos Bancários. Segundo Sabrina Muniz, dirigente da Fetrafi-RS, os banqueiros choram, dizem que tem problema com a concorrência dos bancos digitais, mas o que se vê são lucros recordes. “Chega de conversa mole, precisamos ter reconhecimento do nosso trabalho, afinal, são os trabalhadores e trabalhadoras que fazem o lucro acontecer. Estamos aqui juntos para mostrar que estamos mobilizados e que, se preciso for, vamos parar tudo”, demarcou a dirigente.
Para o presidente do SindBancários de Porto Alegre e Região, Luciano Fetzner, o cenário tem o agravante da situação do Rio Grande do Sul após as enchentes. "Além de maltratar os funcionários, os bancos viram as costas para a população gaúcha, sem dar o suporte necessário para o enfrentamento da crise. O pequeno empresário precisa de crédito barato, mas os banqueiros não dão; a população precisa de crédito barato para reconstruir suas vidas depois da calamidade, mas os banqueiros não dão. Porque os bancos só pensam no lucro, só pensam em explorar”, pontuou o dirigente.
Contudo, os bancários caminham com a força coletiva e a convicção da luta justa, sempre em defesa de melhores condições de trabalho. “Tenham certeza que, enquanto os bancos não trouxerem propostas que contemplem as reivindicações nesta Campanha Salarial dos Bancários, tanto para os funcionários, quanto para o atendimento à população, os bancários e bancárias de todo o país vão continuar nas ruas e na internet, expondo a indecência dos banqueiros do Brasil”, finalizou Fetzner.
Acompanhe aqui a transmissão ao vivo da caminhada.
Fotos: Eduardo Seidl
Jornalista/Fonte
Amanda Zulke/Imprensa SindBancários